Enquanto as notícias sobre Sarney tomam todas as manchetes, as notinhas de rodapé que ninguém lê indicam que é sério o acordo entre Colômbia e EUA para instalar uma base militar no país vizinho do Brasil. Segundo o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, Lula pediu ao colega colombiano, Álvaro Uribe, garantias de que tal trato ficará restrito ao território colombiano.
Em uma reunião de mais de duas horas, mas o chanceler brasileiro não demonstrou otimismo, afirmando que demandará mais discussão entre Brasil, Colômbia e EUA. Ele alega que o país vizinho não deu garantias de que o acordo militar fique restrito ao território colombiano (isso mesmo que você leu), mas garantiu uma transparência maior com relação ao acordo internacional (ah, é mesmo?).
Com certeza, os americanos (que não se manifestaram) teriam outra reação se o Brasil estabelecesse um acordo nos mesmos moldes com Cuba ou Honduras. É uma boa idéia, já que essa história de combate ao narcotráfico não cola mais, tendo em vista que os EUA são o maior mercado consumidor da imensa maioria das drogas. É lógico que o velho interesse americano com relação aos recursos naturais da América do Sul e a preocupação com o eixo Hugo Chávez, estão apressando os acontecimentos.
Enquanto Chávez, que embora doido não é idiota, ameaçou declarar guerra à Colômbia, caso tal acordo se concretize, o Brasil parece ainda acreditar em histórias da carochinha. Não vai ser do interesse dos Estados Unidos combater qualquer tipo de terrorismo ou narcotráfico, a não ser que sirva como discurso para um intervenção que lhe convenha. Com a palavra, o chanceler Amorim:
– A conversa foi em clima de diálogo e de busca de entendimento das preocupações de parte a parte e ela certamente vai ter continuidade de alguma forma. Nossas preocupações foram expressas. O presidente Uribe também deu as explicações que achou que deveria dar sobre os objetivos desse acordo com os Estados Unidos. Nós voltamos a reiterar que acordo com os Estados Unidos se for especifico e delimitado ao território colombiano é uma matéria naturalmente da soberania colombiana, sempre que os dados gerais de que se disponham sejam compatíveis com essa delimitação do território colombiano”, comentou.
O Brasil só será respeitado quando mudar suas lideranças, que assumam o governo do país com mentalidade de potência. Como no artigo do qual tratamos anteriormente, chega num ponto que a diplomacia deve dar espaço à força. Se este acordo ocorrer livremente, em breve teremos um cinturão hostil se formando em volta do Brasil.
Mais uma vez: a discussão seria outra se fechássemos algo nos mesmos moldes para algum vizinho dos EUA.
Em primeiro lugar, obrigada por me avisar sobre isso, estava realmente por fora. Ultimamente o choque com os aviões me deixaram com a visão focada nos últimos acontecimentos. Se é q vc me entende...
ResponderExcluirÉ engraçado como no Brasil as coisas acontecem de forma que o relevante não tenha foco algum. Td mundo falando do Sarney, da gripe, dos aviões, do Fluminense que não ganha e esse tipo de coisa fica tão camuflado. Esse é o objetivo né?
O que eu acho engraçado e otimista até demais é Lula pedir para que o trato não ultrapasse as fronteiras do Brasil, até parece que nosso presidente conseguiria tal persuasão.
A única coisa que acrescento quanto ao narcotráfico é que para mim os EUA não são o maior mercado consumidor. Alguns estados do território permitem o uso de drogas consideradas leves como a maconha e em outros estados drogas como maconha e cocaína são liberadas para doentes terminais (em doses estipuladas). Na maior parte da Europa o uso de drogas consideradas leves também são liberadas.
Aí é que mora o perigo na minha opinião o fato de o uso da maconha ser liberado em Amsterdã por exemplo, não significa que a população use somente os cigarros que são vendidos na farmácia. Eles usam sim as drogas que vem da América Latina o que é produzido por nós e por nossos hermanos (o que é crime). Essa é a sustentabilidade do tráfico. Ele dá suporte aos livres para o consumo e aos reprimidos. Portanto, não deixo somente os EUA como maior mercado consumidos.
Agora uma coisa que me deixou encucada é: Primeiro é a base militar, depois será? Qual é o real e verdadeiro interesse dos EUA?
Eu sinceramente não vejo problemas com a base dos EUA na Colômbia, tão pouco, temo seus interesses no Brasil. Acredito que se temos medo de perder a Amazônia, digo-vos, já a perdemos há muito tempo, por políticagem e interesses internos de alguns poucos que colocam seus próprios interesses à frente dos interesses da nação. Acredito ainda que se quisermos a preservação da Amazônia a mesma deve ser privatizada, sim, sei que isso assusta, mas é um fato, melhor que a Amazônia ser distribuida nas mãos indígenas, seringueiros, grileiros, políticos, etc. Melhor termos bases estadunidenses na fronteira colombiana que bases iranianas na fronteira da Venezuela (rsrsrs). O que o PT teme é perder a passagem livre para o tráfico de drogas que os sustentam, apenas isso.
ResponderExcluirAbraços de urso polar (bem apertado)
Mimi.